E acabou o Brasileirão!

Deu Corinthians desfalcado dessa vez de seu craque Apito Amigo e foi muito merecido.

Graças ao Jô, ao mágico Carille, ao Roberto de Andrade que bancou os dois heróis mais do que improváveis, ao cirúrgico Clayson que entrou na hora certa e à Fiel Torcida, é claro.

E que torcida!

Ela merecia uma festa 1910% melhor!

Não se decide campeonato em noite de quarta-feira ou madrugada de quinta e contra adversário coadjuvante que só serve de paisagem.

O Fluminense, sem culpa, não fará parte da história por presença insignificante, digamos.

Ora, campeonato decide-se no domingo à tarde em jogo de dois times com as mesmas chances de título.

O lixo dos pontos corridozzzzzzzzzz tem também este grave defeito do “campeão de repente” e antes da hora.

O adversário só cumpria tabela e nem valeu a pena tirar sarro dele.

Ao contrário das épicas decisões de Flamengo e Galo em 1980, Santos e Corinthians em 2002, Galo e São Paulo em 1977, Corinthians e São Paulo em 1990, Santos e Flamengo em 1983, Cruzeiro e Vasco em 1974, Inter e Cruzeiro em 1975 e outros trocentos momentos em que o país parava para se saber qual dos dois finalistas seria o campeão.

Campeonato sem final é como lua de mel sem a noiva que virou esposa.

Tem flerte, namoro, beijinhos, abraços, noivado, casamento, igreja, festa para meio mundo e depois o noivo viaja... sozinho!

E agora, por quase um mês, vamos “bater lata” na mídia com assuntos secundários.

E não tivesse o Corinthians pisado na bola, ou tirado o pé no segundo turno, o Brasileirão teria terminado ali por agosto ou setembro.

Teria sido um desastre com direito a mais demissões para todo lado nas redações esportivas.

Quase sozinho, luto pelo mata-mata, pela emoção, pela disputa, pela audiência impulsionada de todos os veículos e diretamente pelo emprego de jornalistas esportivos através da publicidade, o oxigênio de todas as empresas de mídia.

E justo na hora e mês dos departamentos comerciais fecharem no mercado publicitário suas verbas garantidoras das grades para 2018, o ano da Copa, a bola fica murcha com tudo decidido no campo, antes da hora.

Não falo ou luto por mim, porque, com hipocrisia zero, não preciso mais, ao contrário de tanto jornalista desempregado, sub-empregado ou mal remunerado.

Já lancei muita gente boa e até gente ruim que não merecia.

Empreguei e emprego pessoas e sei das dificuldades e tristezas de um chefe de departamento esportivo, de qualquer veículo, ao receber ordem do financeiro da empresa de cortar e... cortar empregos porque, ao contrário de meus programas de rádio e TV, a “publicidade minguou”.

No meio, virou lei o já famoso “custo é como unha, tem que cortar sempre”!

Aprendam, colegas, a publicidade é nosso preparo físico, nossa escalação, nossa remuneração, nosso gol e não podemos entregar para ela uma mídia sem sal em nossos espaços.

E atenção, “radiaiada” por aí.

Botem pilha nesses programas “nhém-nhém-nhém”, em comentarinhos lidos e gaguejantes de som ruim e nos “Terceiros Tempos” curtinhos de vocês.

Quinta-feira levei o meu, o legítimo, até 3h30.

Certo, prezado e querido Everaldo Marques?

Obrigado pela mensagem na madrugada.

Mudem o jeito que vocês fazem rádio esportivo, porque empresário não bota seu dinheiro em produto ruim de mídia, sem disputa, sem emoção, sem audiência ou em campeonato de futebol de perna curta que termina “antes de acabar”.

Cliente coloca um real no ar e quer cinco de volta.

Tem todo o direito e os cartolas são burros!

Futebol é uma atividade multi-econômica e não lúdica, romântica.

Campeonato de futebol não existe só para se apurar o campeão, mas também para sustentar toda a cadeia alimentar percorrida pela bola.

Desde o pipoqueiro da porta de estádio até o custo da taça erguida pelo capitão do time campeão no domingo à tarde em que os dois, com chances iguais, brigaram cabeça a cabeça.

Acordem, sob pena de mais cabeças rolarem por aí...

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

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