Alemão, que nunca subiu ao pódio na categoria, será piloto da Renault em 2017. Foto: Force India F1

Alemão, que nunca subiu ao pódio na categoria, será piloto da Renault em 2017. Foto: Force India F1

O alemão Nico Hulkenberg, aos 29 anos, terá a partir do próximo ano mais uma chance para deixar de "andar de lado" na F1. Será piloto da Renault.

Logo após Hulkenberg vencer as 24 Horas de Le Mans em 2015, ao lado de Earl Bamber e Nick Tandy com o Porsche 911 Hybrid, escrevi uma coluna aqui no Portal Terceiro Tempo intitulada "F1 dará de ombros à vitória de Hulkenberg em Le Mans".

Entre outros apontamentos, destaquei o fato de que a F1 não costuma se curvar à outras categorias, fazendo ressalvas para alguns nomes de ponta da Indy, com Jacques Villeneuve e Juan Pablo Montoya, entre outros.

Na F1 desde 2010 (estreou pela Williams, companheiro de Barrichello), com uma lacuna em 2011, quando foi piloto de testes da Force India, Hulkenberg jamais subiu ao pódio. E viu seu companheiro de equipe na Force India, Sergio Pérez, em quatro oportunidades conseguir um lugar entre os três melhores (uma vez em 2014, outra em 2015 e duas em 2016,sempre em terceiro lugar).

Seu resultado mais expressivo na F1 foi uma pole no GP do Brasil de 2010, resultado que só foi conseguido porque conseguiu uma volta rápida naquele momento em que a pista de Interlagos passava de muito molhada para razoavelmente seca. Em condições normais, jamais teria conseguido. De qualquer forma, conquista para figurar em seu currículo. O melhor que conseguiu em corridas foram dois quartos lugares (2013 no Japão e neste ano, na Bélgica).

A Renault, que eu acreditava ser a melhor alternativa para Felipe Massa em 2017, é uma aposta boa.

O time francês não retornou à F1 para figurar no final do pelotão. Vender carros é importante e estar no topo da F1 ainda reverte em dividendos nas concessionárias.

Claro, ainda que os carros tenham novas configurações em 2017, sobretudo por conta das novas dimensões dos pneus, não se espere nenhuma grande surpresa na relação de forças. Não haverá uma nova Brawn-GP, por exemplo.

Fato é, que como imaginei no ano passado, a vida de Hulkenberg não mudou após sua vitória nas 24 Horas de Le Mans.

Basta lembrar que em 1991, dois pilotos que estavam na ativa na F1, o belga Bertrand Gachot e o britânico Johnny Herbert, venceram as 24 Horas de Le Mans, ao lado do alemão Volker Weidler.

A carreira de Gachot não decolou. Um ano pela Larrousse, um ano sabático e duas temporadas pela Pacific.

Herbert foi melhor, três vitórias e bons salários em equipes que disputavam pódios, como Benetton e Stewart. A vitória em Le Mans, contudo, não os tornou indispensáveis à F1.

Se Hulkenberg julgou que o triunfo em Sarthe lhe abriria muitas portas na F1, caiu do cavalo.

Terá, a partir do próximo ano, a chance, mais uma, de tentar, ao menos subir no pódio.

RETROSPECTO DE NICO HULKENBERG NA F1:

2010 (WILLIAMS-COSWORTH)

RUBENS BARICHELLO: 47 PONTOS

NICO HULKENBERG: 22 PONTOS - uma pole, no GP do Brasil, em Interlagos

2011: FOI PILOTO DE TESTES DA FORCE INDIA

2012 (FORCE INDIA-MERCEDES)

NICO HULKENBERG: 63

PAUL DI RESTA:46

2013 (SAUBER-FERRARI)

NICO HULKENBERG: 51

ESTEBAN GUTIÉRREZ: 6

2014 (FORCE INDIA-MERCEDES)

NICO HULKENBERG: 96

SERGIO PÉREZ: 59

2015 (FORCE INDIA-MERCEDES)

SERGIO PÉREZ: 78

NICO HULKENBERG: 58

2016 (FORCE INDIA-MERCEDES), TEMPORADA EM ANDAMENTO, RESTANDO QUATRO ETAPAS

SERGIO PÉREZ: 80

NICO HULKENBERG: 54

Foto: Divulgação

O vitorioso Porsche 911 Hybrid nas 24 Horas de Le Mans de 2015, guiado por Nico Hülkenberg, Earl Bamber e Nick Tandy. Foto: Divulgação/Porsche

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SOBRE O COLUNISTA

Editor de automobilismo do Portal Terceiro Tempo, começou no site de Milton Neves em 10 de março de 2009. Também atua como repórter, redator geral, colunista e fotógrafo. Em novembro de 2010 criou o Bella Macchina, programa em vídeo sobre esporte a motor que já contou com as presenças de Felipe Massa, Cacá Bueno, Bruno Senna, Bia Figueiredo, Ingo Hoffmann e Roberto Moreno, entre outros.

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