Inglês teve nova quebra em seu motor Mercedes, no GP da Malásia

Inglês teve nova quebra em seu motor Mercedes, no GP da Malásia

Lewis Hamilton venceu todas suas 49 corridas na Fórmula 1 empurrado por motores Mercedes, 21 pela McLaren (entre 2007 e 2012) e outras 28 pela equipe própria da Mercedes, onde está desde 2013. Também foi três vezes campeão com a mesma motorização.

Porém, a temporada de 2016, em que enfrenta muito mais problemas técnicos do que seu companheiro de equipe, Nico Rosberg, o colocou em situação delicada no campeonato, 23 pontos atrás do rival com quem divide a garagem.

O abandono neste domingo (2) no GP da Malásia, com o motor Mercedes em chamas, a 16 voltas para o término da prova, fez com que Hamilton também cuspisse fogo.

"Eu simplesmente não posso acreditar que, dentre oito carros com motores Mercedes, só o meu estoura desse jeito. Alguma coisa não parece estar certa", disse o inglês.

Para bom entendedor, meia palavra basta, certo?

Hamilton, ainda que de cabeça tão quente quanto o cabeçote do motor do seu carro (os motores estão tão diferentes hoje em dia que nem sei se ainda tem cabeçote...), colocou claramente em dúvida seu equipamento em confronto ao demais, em tese iguais.

Rosberg é alemão, como a Mercedes. Mas, daí a se conjecturar o filho de Keke estaria sendo beneficiado vai uma enorme distância.

É óbvio, que para qualquer equipe, sobretudo quando há uma montadora na jogada, é muito interessante que vários pilotos vençam corridas e campeonatos com sua marca. Reduz a importância do piloto e valoriza o equipamento.

Enzo Ferarri, por exemplo, era avesso à contratação de Ayrton Senna justamente por isso. Em jejum de títulos (desde 1979), o comendador tinha clareza que se o brasileiro tirasse o time italiano da fila, seria ele, Senna, e não o carro, valorizado.

Depois de morto, Schumacher foi contatado e a Ferrari viveu dias maravilhosos. O piloto levou mais louros do que os carros que pilotou.

A Mercedes não seria ingênua a ponto de beneficiar um piloto em detrimento do outro. Pegaria mal à beça, ainda que a divisão F1 trabalhe de forma independente da automobilística.

E seria impossível desassociar a marca Mercedes, dos carros de passeios, caminhões e ônibus, daquilo que acontece no circo da F1.

Muita gente deixou de comprar carros de marcas que maquiaram dados relativos a emissão de poluentes, por exemplo...

De qualquer forma, Hamilton, depois, jogou água na fervura. 

Disse que "confia 100% na Mercedes, porque eles trabalham duro na fábrica e nas pistas".

Em outros tempos, quando um piloto com o mesmo carro e motor que seu companheiro de equipe tinha mais quebras, a culpa recaia sobre o próprio condutor. 

Nos anos 70 e 80, para não ir mais longe, "só de olhar o carro quebrava", diziam alguns.

Um engate de marcha errado, por exemplo, era fatal para o conjunto câmbio/motor.

Hoje isso não existe. Não se erra uma marcha porque o "cérebro" do carro simplesmente não deixa.

E está tudo registrado na telemetria. Um carro de F1 é tão monitorado quanto um paciente na UTI de um hospital top.

A Hamilton restam cinco corridas para tentar recuperar o terreno perdido para Rosberg, no Japão, Estados Unidos, México, Brasil e Abu Dhabi.

E, ainda que tenha suavizado as tintas em suas últimas declarações, no íntimo tem lá suas dúvidas, claro.

Está com uma pulga atrás da orelha. Pegando fogo.

Foto: Facebook/Reprodução

Motor Mercedes em chamas. Mais um problema de Hamilton em 2016. Reprodução/You Tube

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SOBRE O COLUNISTA

Editor de automobilismo do Portal Terceiro Tempo, começou no site de Milton Neves em 10 de março de 2009. Também atua como repórter, redator geral, colunista e fotógrafo. Em novembro de 2010 criou o Bella Macchina, programa em vídeo sobre esporte a motor que já contou com as presenças de Felipe Massa, Cacá Bueno, Bruno Senna, Bia Figueiredo, Ingo Hoffmann e Roberto Moreno, entre outros.

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