Há pouco tempo no país, ele estranha o excesso de dribles durante as peladas, a falta de objetividade dos brasileiros

Há pouco tempo no país, ele estranha o excesso de dribles durante as peladas, a falta de objetividade dos brasileiros

O primo alemão chegou com um chocolate na mão e jurou que não era provocação pelos 7 a 1 da Copa do Mundo. Com família metade brasileira, diz que até ele foi consolado depois da derrota por Franz, Klaus e outros Fritz. Sem espaço para gozação, perguntaram se ele estava se sentindo bem depois de tão humilhante derrota sofrida pela seleção que sempre encantou os amantes do futebol.
 
Torcedor do Stuttgart, que luta para não ser rebaixado na Alemanha, ele quase caiu da cadeira quando ouviu que um dos maiores ídolos corintianos na atualidade é Guerrero. Sim, aquele mesmo que deu uma voadora no goleiro do seu time, respondo, explicando que aqui ele amadureceu bastante, fez o gol do título mundial do Corinthians, caiu nas graças da Fiel, mas que por causa da crise financeira do clube pode ser obrigado a dizer adeus.
 
Papo vai, papo vem e ele toma outro susto ao saber que o bom e velho Zé Roberto, que também brilhou na Alemanha, ainda está em ação e que é um dos principais personagens da renovação palmeirense na temporada. E durante o futebol do domingão pensa ter entrado em uma espécie de túnel do tempo quando vê que Robinho, sim, aquele das pedaladas, que jogou no Real e no Milan, comanda o Santos no Brasileirão.
 
Há pouco tempo no país, ele estranha o excesso de dribles durante as peladas, a falta de objetividade dos brasileiros, diz que joga sério e é um volante marcador, fazendo jus ao nome do xará corintiano Ralf.
 
Antes de ir embora, ele se anima ao ver pela internet a promoção de camisas do Corinthians e da Seleção Brasileira sendo vendidas juntas a um preço razoável para quem recebe em euros. O futebol brasileiro está mesmo em liquidação, penso cá com meus botões e ainda tenho de disputar com ele uma partida de futebol no videogame. Vingança pelos 7 a 1? Doce ilusão. Apanhei de 4 a 0. A revanche vai ficar para a próxima visita. Que fase!
 

SOBRE O COLUNISTA

Marcelo Tieppo é jornalista formado em 1990. Como repórter trabalhou na Folha da Tarde, Notícias Populares, Gazeta Esportiva e no site SportsJá!. Foi premiado duas vezes: em 1997 pela Aceesp e em 1998 pelo Sindicato dos Treinadores. Nos bastidores, bateu uma bolinha na TV Bandeirantes, fez parte da equipe do Globo Esporte e do Esporte Espetacular, ajudou a criar o Esporte Fantástico da TV Record e hoje joga no SBT.

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