Aos 36 anos, vem se consolidando como técnico de wrestling em São Paulo ao lado do reconhecido Paulo Nikolai

Aos 36 anos, vem se consolidando como técnico de wrestling em São Paulo ao lado do reconhecido Paulo Nikolai

Edson Robles, 36, vem se consolidando como técnico de wrestling em São Paulo ao lado do reconhecido Paulo Nikolai. Com passagens pelo judô, jiu-jitsu e wrestling leva sua experiência para aprendizes no tatame e na gaiola.

Nascido em Campo Grande, no Mato Grosso, hoje aos 36 anos, conquistou títulos regionais e estaduais de judô além de ser campeão de wrestling e penta-campeão estadual, estes dentro do estilo livro. Hoje vem formando novos talentos e nesta entrevista explica o valor do tradicional esporte no MMA moderno e as defasagens dos brasileiros nele.

Nos tempos de wrestling você era chamado pelos colegas de “Doido”. Como surgiu este apelido?

Quem deu o apelido foi meu amigo Alexandre Bezerra, o “Popó”. Quando comecei a treinar, ele não sabia meu nome e deu-me o apelido. Na verdade, o treino era pesado, muito intenso, daí o que o apelido casava.

Quais atletas passaram ou estão com você e se destacaram?

Os atletas que treino e que tem destaque são vários. Em São Paulo, quando morava lá, treinava campeões de Jiu-Jitsu que chegaram a ser campeões mundiais. Tais como Lucas Leite, campeão de BJJ e submission; Ricardo Pancho (hoje professor de Jiu-Jitsu de Dan Henderson), Leon Amâncio, Rodrigo Ruiz, Xuxa, Alfredo Mirras entre outros. Hoje, em Campinas treino os lutadores de Muay Thai da Equipe Nikolai como Claudieri Freitas, Guilherme Farias, Guilherme “de Menor” e Gustavo Eraki.

Como foi seu início nas lutas?

Meu início no mundo das lutas foi com o Judô aos 6 anos, em Bauru.

E a transição para o wrestling?

Na verdade conheci o Jiu-Jitsu aos 20 anos na academia Nova União, Rio de Janeiro com Dedé Pederneiras onde lutei o primeiro Shooto Brasil. Em 2004 fui para São Paulo aprender Wrestling com meu professor Edson Kudo.

Quais as diferenças que você vê no wrestling brasileiro entre a década passada e hoje?

Antes havia pouquíssimos campeonatos, um ou dois por ano no Brasil. Hoje a seleção Brasileira viaja o mundo para competir. Há muito mais incentivos e, consequentemente, mais campeões em nível internacional, tanto no masculino quanto no feminino. Importamos técnicos e equipamento, além dos intercâmbios com outras equipes internacionais.

Teremos no Rio de Janeiro os Jogos Olímpicos. Isto levantou a modalidade?

Sim, pois foi uma maneira de divulgar o esporte que pode nos trazer muitas medalhas, assim a modalidade ficou mais conhecida com consequente aumento do número de atletas.

Hoje vemos um crescente desenvolvimento dos americanos no Jiu-Jitsu dentro do MMA. O Brasil é pioneiro no esporte, mas domina o wrestling dentro da jaula?

Atualmente não mais. Porque os americanos aprenderam o Jiu-Jitsu Brasileiro sem restrições, e nós não nos atualizamos no wrestling. O preparo físico da luta olímpica é excelente e eles conseguiram fazer a transição luta olímpica para Jiu Jitsu muito bem. Acredito, também, que nos falta um preparo psicológico, que é muito trabalhado no exterior. Outro aspecto importante é que o brasileiro não tem a cultura de cortar peso (ação necessária para competir dentre determinada categoria), portanto, muitas vezes, o atleta chega desgastado e fraco para competir.

O que falta para chegarem ao ponto ideal dentro das exigências do MMA contemporâneo?

Hoje falta o treinamento de base da luta olímpica, que inclui preparo físico, alimentação, técnica e muito, mas muito treino.

O Brasil mantém sua hegemonia no MMA?

Hoje já perdeu. Já chegamos a ter quatro cinturões de uma vez, e hoje temos apenas um. Hoje o esporte é mais globalizado e muitos dos treinadores brasileiros foram para o exterior.

Foto: Arquivo pessoal do colunista

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