O futebol moderno, além de segregar a entrada de boa parte do povo aos estádios, também amordaça jogadores no momento mais importante de uma partida de futebol, que é o gol.
O cartão mostrado a Cueva, do São Paulo, após o atacante balançar as redes diante do Santos e correr para o meio de campo com uma das mãos nos ouvidos é a marca registrada do futebol chamado politicamente correto. É a vitória da hipocrisia sobre o esporte e sua magia. O futebol moderno tem suas mazelas e essa é disparado a pior delas.
Cresci assistindo a verdadeiros gênios da bola mandando a torcida se calar. Chumbo trocado, afinal passavam o jogo inteiro sendo provocados pelos torcedores rivais. No momento do gol davam a resposta, na mesma moeda, ou melhor, nas redes. Nada mais justo.
O politicamente correto tira o brilho do futebol atual. Como disse o ex-jogador Casagrande, durante a transmissão do clássico disputado na Vila Belmiro, tudo é proibido no futebol atual com a desculpa que fomentaria a violência. Quanta hipocrisia...
Pior é quem pensa assim e age também desta forma, cerceando os jogadores no momento mais sublime do espetáculo que é a festa do gol marcado.
Casão desabafou na condição de artilheiro e de um rebelde com causa, que sempre marcou gols e festejou com a liberdade que quis. Bons tempos...
Lamento pelos torcedores que engrossam o coro do politicamente correto, acreditando que provocações assim é que geram violência. Os mesmos torcedores que veem como positivo a ausência de bandeiras, bumbos e demais acessórios nos estádios, além dos radinhos de pilha, pois tudo isso pode virar arma para os marginais.
Engrossar esse malfadado politicamente correto é dar respaldo às autoridades, que não combatem a violência e usam tal artimanha na busca por encobrir a sua incompetência na promoção de um espetáculo.
O futebol moderno não me representa. Assim como tenho certeza não representaria dezenas de craques que fizeram história no futebol brasileiro com gols e provocações aos adversários.
Uma vez, Túlio Maravilha, pelo Corinthians, “pescou” em campo, após marcar um gol contra o Santos. Viola, também pelo Alvinegro, imitou o porco, após fazer o primeiro gol da decisão do Paulistão de 1993. Edmundo, certa vez, dançou na frente do zagueiro Gonçalves, assim como Romário cansou de mandar as torcidas rivais se calarem de norte a sul do país. E Serginho Chulapa e seu jeito debochado de festejar gols na frente das torcidas rivais...
Estes craques, sim, fizeram a festa das arquibancadas e contribuíram para a história do futebol brasileiro, com gols e provocação.
Lamento sinceramente pelos jogadores que estão aí, vigiados por câmeras, árbitros e torcedores, todos admiradores do politicamente correto. E por fim, peço um minuto de silencio pela hipocrisia que domina o futebol atual.
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Foto: UOL
Paulistano com muito orgulho, Salgueiro, como é conhecido, é pisciano, jornalista diplomado, repórter fuçador, irriquieto e um cidadão inconformado. Engatinhou na profissão na Rádio CBN, onde aprendeu muito no rastreio das informações. Depois seguiu para a imprensa escrita, no DIÁRIO POPULAR, que virou mais tarde DIÁRIO DE SÃO PAULO, permanecendo por lá 14 anos. Nos últimos anos colaborou com v&a... Saiba Mais
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