Sem projeto e sem o mínimo desejo de assumir qualquer responsabilidade, diretoria do São Paulo fecha com treinador uruguaio no estilo que mais gosta: contrato curto, sem multa, o que a deixa à vontade para “moer” o treinador na primeira falta de resultados

Sem projeto e sem o mínimo desejo de assumir qualquer responsabilidade, diretoria do São Paulo fecha com treinador uruguaio no estilo que mais gosta: contrato curto, sem multa, o que a deixa à vontade para “moer” o treinador na primeira falta de resultados

Diego Aguirre já chega ao São Paulo na marca do pênalti. O treinador uruguaio, de 52 anos, fechou contrato com o Tricolor até dezembro e sem multa contratual. Esse tipo de vínculo agrada o clube e favorece o presidente Leco, que não sustenta um projeto no futebol senão a permanência no poder e detona treinadores de acordo com os resultados em campo.

Sendo assim, Aguirre já começa o trabalho sob a ameaça de demissão. Sem resultados, será o primeiro a ser rifado pelo presidente, assim como aconteceu com os últimos treinadores, inclusive um dos maiores ídolos do clube, o ex-goleiro Rogério Ceni.

Aguirre assume um elenco ainda com algumas carências e jogadores contratados que foram apostas do ex-treinador. O uruguaio terá de impor suas convicções em cima de jogadores que não conhecem, ou simplesmente não pediria a contratação. Mas isso faz parte, afinal os jogadores contratados já estão lá e o treinador tem por obrigação trabalhar com o que o clube oferece.

No entanto, assumir o comando de outro profissional é complicado e pressiona. Por isso, o planejamento é a melhor saída e o caminho a ser seguido para atingir o sucesso no futebol.

Aguirre terá de obter resultados com um time ainda não formado. Dorival foi rifado do cargo justamente pelo fato de a equipe não apresentar uma evolução nos jogos.

Quanto tempo leva para um treinador conhecer o grupo, sobretudo um profissional que estava fora do país? Dois, três, quatro meses?

A pergunta que não quer calar: Aguirre contará com a paciência e apoio da diretoria? Não creio...

Terá também o apoio das arquibancadas? Num primeiro momento, sim, mas com o passar dos jogos, caso as vitórias não aconteçam, as vaias virão e a pressão também. A cobrança dos fanáticos será o combustível necessário para o presidente Leco rifar o treinador.

Essa é a realidade do atual São Paulo: um clube que não tem um projeto no futebol e, portanto, não tem também perspectiva. Tudo pode acontecer, inclusive, o sucesso com grandes conquistas, afinal o futebol não é uma ciência exata. Mas, é improvável que aconteça. A tendência é que o time naufrague e o treinador será rifado, num filme triste e repetido no Morumbi.

 

 

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Foto: UOL

SOBRE O COLUNISTA

Paulistano com muito orgulho, Salgueiro, como é conhecido, é pisciano, jornalista diplomado, repórter fuçador, irriquieto e um cidadão inconformado. Engatinhou na profissão na Rádio CBN, onde aprendeu muito no rastreio das informações. Depois seguiu para a imprensa escrita, no DIÁRIO POPULAR, que virou mais tarde DIÁRIO DE SÃO PAULO, permanecendo por lá 14 anos. Nos últimos anos colaborou com v&a... Saiba Mais

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