Wanderley Nogueira, Fausto Silva e o saudoso Cândido Garcia, repórteres da Jovem Pan no Morumbi em 13/10/1977

Wanderley Nogueira, Fausto Silva e o saudoso Cândido Garcia, repórteres da Jovem Pan no Morumbi em 13/10/1977

Tem futebol? Então não fico longe do rádio nem a pau. Pode ser primeira fase da competição, mata-mata, ou aquela tão aguardada decisão de título… Eu sei que vou ligar o rádio bem cedinho para acompanhar a partida, o clássico que vai acontecer lá no final da tarde. Vai ter repórter na concentração, direto do hotel, carro da rádio seguindo o ônibus até a chegada no estádio. Repórter com a torcida mandante, outro com a torcida visitante e ainda outro trazendo informação de venda de ingresso, chegada da torcida, posto policial e posto médico, prestação de serviço completa. Cara, ainda tem aquele repórter que eu gosto no campo ao lado daquele outro que também é fera.

O narrador é o meu preferido, são dois comentaristas ótimos, plantão esportivo é o mais consagrado e experiente da equipe, ele vai comandar o melhor pós-jogo do rádio com toda essa equipe fantástica. Ahhh, sei que o repórter vai colocar o fone no atacante do meu time, ele vai fazer o gol da vitória e vai conversar ao vivo e exclusivo com o âncora.

Será fantástico, uma cobertura sensacional, com o padrão de qualidade da emissora. Bons tempos… e olha que nem faz tanto tempo assim, mas infelizmente hoje são pouquíssimas emissoras que continuam a fazer o bom e velho rádio. Ao contrário da TV fechada, tendo direito da competição ou não eles fazem tudo que um dia “foi” do rádio. SporTv, Fox, ESPN ou Esporte Interativo. Todas valorizam o produto futebol. Seja Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores, Sul-americana, passando pelas principais ligas Europeias e chegando na consagrada menina dos olhos….”Champions League”.

Todas, sem exceções, copiam a fórmula que consagrou o rádio, justamente antes dela (TV fechada) surgir na década de 80. E é claro que elas estão certas, copiando o que deu certo e fez sucesso. Cada uma com sua maneira e perfil, sempre informando, debatendo, mostrando gols, colocando escuta, mostrando o que telespectador quer ver, e principalmente, valorizando seu profissional que na maioria veio da “latinha” ou ainda segue na TV e no rádio. A TV segue cada vez mais firme e forte, que o diga a fatia do mercado publicitário.

Já o rádio esportivo segue em uma fase interminável de queda de investimento e principalmente de qualidade, mesmo assim segue tentando buscar novas saídas, como o uso de imagens em transmissões de estúdio ou cabine de transmissão do estádio. A concorrência com aplicativos, novas tecnologias e a tv fechada muitas vezes é desleal. O rádio ainda não está decadente, (embora muitos se esforcem com sua incapacidade administrativa) ele não vai morrer, claro que está longe de ser e quem sabe nunca mais seja aquele bom e velho e forte rádio que marcou a vida de tanta gente como a minha.

Mesmo assim, viva o Rádio!

SOBRE O COLUNISTA

Apresentador e repórter na empresa RIT TV, editor do blog Cheni no Campo e colunista na empresa Portal Comunique-se.

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